Empreendedora se sobressai no setor agro

Parceira do Sicredi, empresária de Minas Gerais investe na cultura do café

Maria Dorotéia Renno Moreira, moradora de Santa Rita do Sapucaí/MG, se destaca em um setor que ela mesma caracteriza como machista – o agro. Proprietária de uma fazenda de café, ela comanda uma equipe de mais de 40 funcionários, a grande maioria homem.

Sua história no café começou bem cedo. Ainda na infância, ela e os irmãos ajudavam os familiares, especialmente na época de colheita, no mês de julho, quando o pai dava para cada filho pano, peneira, rastel e uma ‘rua’ de café para colherem. Na época, Maria Dorotéia ainda considerava o trabalho uma brincadeira. Depois, ela resolveu se afastar da produção da cultura, e seguiu a carreira de bancária, casou, e mais tarde foi trabalhar no escritório rural da família. Em 2014, sua história se voltou ao agro novamente, quando foi ser proprietária e passou a tomar conta de uma fazenda, mas viu muitos desafios pela frente. O primeiro deles, foi se posicionar como mulher. “Isso foi bem difícil em um segmento que é muito machista. Temos que ter muito cuidado para não melindrar ninguém e ao mesmo tempo precisamos nos impor como patroa, como chefe”, comentou.

Em um segundo momento, a empresária precisou se capacitar e capacitar sua equipe para fazer o negócio dar lucro. “O objetivo foi formar um time coeso, que pudesse fazer a diferença, uma empresa que fosse boa de negócio”, argumentou.

O seu terceiro desafio foi aprender a mexer com números, que ela não tinha domínio. Então, foi aprender a reduzir custos, fazer uma administração voltada ao gerenciamento empresarial, aumentar receitas, buscando cada vez mais excelência no seu trabalho.

Mulher no agronegócio

Mas as dificuldades de Maria Dorotéia não foram só estas. Quando ela assumiu a fazenda, fez uma reunião, chamou todos os trabalhadores, tentando imprimir seu jeito empresarial no negócio, explicando que seria uma nova administração, que estaria à frente dos trabalhos como proprietária. “Falei que iríamos atuar juntos, que formaríamos uma equipe. Quando acabei de falar, chegou um deles e disse ‘a senhora falou muito bonito, mas eu não trabalho para mulher e minha carteira de trabalho está aqui’. Eu estava começando, sentia medo, porque era algo novo para mim. Eu conhecia a teoria, mas da prática não sabia quase nada. Nesta hora, tive que ser a dona e disse ‘tudo bem, você pode me entregar a carteira’ e perguntei se mais alguém queria fazer o mesmo. Pedi isso, justificando que precisava de homens para trabalhem comigo, pois meninos e inseguros eu não queria”, contou, acrescentando que os que ficaram aprenderam a trabalhar com mulher, a respeitar mulher. “Aprenderam que na casa deles podem até mandar, mas aqui quem manda sou eu. Tive que tomar algumas atitudes duras e, após, só mantive os que eram bons”, salientou.

Com o passar do tempo, como as mulheres eram poucas no agro, estavam se sentido sós. “Então, outra empreendedora de café, montou o grupo Agro Batom, voltado só a mulheres. Depois disso, nos reunimos para nos capacitar cada vez mais, nos empoderar, vermos que somos fortes e competentes. Assim, surgiu o grupo Empreendedoras do Café de Santa Rita do Sapucaí que existe até hoje”, frisou.

Maria Dorotéia sempre recebeu apoio de seu pai no que desejava fazer na sua vida. “Preciso agradecer ao meu pai que me colocou nesta posição – sou a quarta geração da nossa família de cafeicultores. Devo este amor ao agro ao meu pai, pois ele era um visionário, uma pessoa que adorava café, tecnologia, estava sempre disposto a aprender para ser cada vez melhor. Isso eu herdei dele e tento passar para meu filho, porque é só assim que vamos evoluir”, acredita.

O Sicredi na vida da empresária

Quando Maria Dorotéia estava muito animada com o empreendimento, no ano passado uma amiga entrou em contato com ela, pedindo para receber a equipe de uma cooperativa de crédito que queria abrir uma agência na cidade e também conhecer a fazenda. “Nesta oportunidade, foi o meu primeiro contato com o Sicredi e foi paixão à primeira vista, porque me identifiquei com a maneira de trabalhar da Cooperativa, que é com eficiência, com transparência, visando realmente a maximização de resultados, investindo em pessoas, no meu caso investindo também na fazenda, porque disponibiliza recursos para auxiliar quem precisa. Hoje, tenho uma parceria empresarial e também de vida, pois somos também amigos. Quero que seja uma parceria para vida toda”, finalizou.

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